Depressão é um problema grave que pode levar até mesmo ao suicídio. Se você chegou neste artigo, provavelmente conhece alguém que sofre de depressão, ou talvez seja você mesmo que está enfrentando isto. Pelo menos 5% dos brasileiros sofrem com a depressão [1]. O tratamento não é simples, mas aplicando práticas corretas, o problema será resolvido.
Quando conhecemos de perto alguém que está deprimido, pode surgir preocupação e vontade de ajudar. Porém, nem sempre sabemos o que fazer. A primeira ação, às vezes, é dizer palavras de motivação, para tentar estimular a pessoa a sair daquela situação. Mas este gesto pode ser recebido como uma cobrança. Tente fazer exigências e não cobrar que a pessoa adote mudanças imediatas de comportamento. Para essa pessoa, é difícil colocar em prática sugestões como: sair de casa, procurar algo para se divertir, se entreter, fazer algo útil, algo que lhe deixe feliz, ou que, pelo menos, lhe deixe ocupado.
Estas falas podem causar o efeito contrário: sentimento de culpa, redução da autoestima. A pessoa com depressão pode se sentir inferiorizada por não atender as expectativas dos outros. Portanto, aja com cuidado. Uma atitude adequada é demonstrar interesse pela pessoa e mostrar que ela pode confiar em você. Pergunte como ela está, mostre que está prestando atenção nela, ofereça ajuda com os deveres de casa, contribua com alguma tarefa, seja disponível e prestativo. Tenha empatia, busque usar palavras de conforto e carinho. Isso ajuda a tornar essa pessoa mais forte e mais preparada para superar dificuldades.
É importante buscar saber sobre a natureza deste problema. No texto “Entendendo a depressão” estão descritos fatores de risco e fatores que desencadeiam os estados depressivos (clique aqui para ler). Desequilíbrio hormonal, alimentação inapropriada, sedentarismo, são fatores associados a uma piora do quadro clínico. A ciência mostra que práticas esportivas são fundamentais [2]. O costume de andar de bicicleta por meia hora, três vezes por semana, proporciona o mesmo benefício de um remédio antidepressivo – porém com algumas vantagens, pois não terá efeitos colaterais.
Exercícios de musculação e ginástica são poderosos para aumentar a liberação de neurotransmissores no organismo que provocam prazer e felicidade. Além disso, um momento de lazer alivia a mente, tirando a pessoa daqueles pensamentos que só repetem o mesmo assunto.
Mudanças na alimentação podem ser muito positivas. Um nutriente que não pode faltar é o ômega 3, encontrado em peixes, em sementes (linhaça, chia), oleaginosas (castanhas, nozes, amêndoas, pistache), folhas verdes (couve, brócolis, espinafre) e no azeite de oliva. O ômega 3 é um ácido lipídico, ou seja, uma gordura boa, que é importante pro bom funcionamento cerebral [3]. Outro nutriente recomendado é o triptofano, que ajuda a ter boa qualidade de sono e regula o humor. Alguns alimentos ricos em triptofano são: leite, queijo, aveia, banana, cacau, abacate [4].
É importante se alimentar a cada três horas e há uma explicação biológica para isto. Dentro do organismo, a comida será digerida, e uma parte do que ingerimos ficará armazenada no fígado. Ali terá um estoque de energia que o organismo vai extrair se a pessoa passar muitas horas sem comer. Para isso, é preciso que o fígado receba o hormônio da adrenalina, que é produzido pelas glândulas suprarrenais. Estas glândulas, que ficam junto aos rins, produzem hormônios chamados adrenalina e cortisol, que geram reações emocionais negativas (medo, estresse). Isto causa a irritação que sentimos quando temos fome. Segundo especialistas, se alimentação não seguir horários regulares, as glândulas suprarrenais ficam sobrecarregadas [2]. Esta sobrecarga traz alterações no humor e isso cronicamente faz o indivíduo mais propenso a adoecer.
Finalmente, além destas mudanças de hábitos, também existe a possibilidade do tratamento medicamentoso. Há inúmeros remédios antidepressivos disponíveis, que ajudam muitos pacientes. Porém, eles são alvos de muito preconceito, principalmente devido ao desconhecimento das suas indicações e efeitos. De modo geral, eles não incapacitam, não causam dependência química, não causam euforia ou entorpecem o paciente. A intenção do uso é estabilizar o indivíduo emocionalmente, para que seja um suporte positivo para outras abordagens terapêuticas, como a psicoterapia, por exemplo.
Devem ser receitados por um profissional capacitado, que saberá qual a substância e dosagem indicada para o paciente com o mínimo de efeitos colaterais. A psicoterapia, enfim, é eficaz para o tratamento com bons resultados. A psicoterapia ajuda a pessoa a cuidar das dores emocionais que fazem parte de sua história pessoal. A ressignificação das memórias dolorosas altera os padrões de comportamento e a percepção da pessoa acerca de sua própria vida, abrindo o caminho para a cura.
[1] Brasil é o país mais deprimido e ansioso da América Latina.
https://saude.abril.com.br/mente-saudavel/brasil-e-o-pais-mais-deprimido-e-ansioso-da-
america-latina/
[2] Causas da depressão são multifatoriais.
[3] Ômega 3 para Tratar a Depressão.
https://www.tuasaude.com/omega-3-no-tratamento-da-depressao/
[4] Triptofano previne e ajuda no tratamento da depressão e do estresse.
https://www.minhavida.com.br/alimentacao/tudo-sobre/18156-triptofano